“A Poesia é como fazer um caminho a partir de uma pedra, e a Análise é fazer belas pedras a partir de um caminho” (Jacques-Alain Miller).
Ao caminhar pela vida, há momentos em que o caminhante enguiça.
Depara-se com um caminho há muito conhecido, já muito trilhado por seus pés; mas que de repente, sem que perceba como isto aconteceu, exige um grande peso a cada passo.
É por isto que Miller fala nesta metafórica pedra como uma produção necessária ao processo de análise. Necessária ao trabalho que aposta em possibilitar ao sujeito voltar a caminhar, mesmo que por um novo percurso, agora adornado por suas pedras, criadas como totens que demarcam suas conquistas.
Mas, criar pedras não é algo fácil, ainda mais as metafóricas! Pois, exige a força para gestar perguntas, mesmo quando buscando respostas. Exige a perspicácia para permitir questionar-se a partir do velho e repetido caminho, questionar-se a partir dos tropeços de rota: O que queres?!
(Daniel R Branco)